Gol, aplausos e 90 minutos: um ano depois, o incrível Hulk curte vida nova
Reconhecido pela torcida brasileira e sem a sombra de Lucas, atacante escolhe camisa na Seleção, vence desconfiança e quebra tabu com Felipão.
Por Alexandre Lozetti
Goiânia, GO
Hulk virou o jogo. A goleada brasileira por 4 a 0 sobre o Panamá pode muito bem ser encarada como a afirmação definitiva do incrível atacante. Há um ano, quando a Seleção iniciou sua preparação para a Copa das Confederações, ele só respondia sobre reclamações da torcida que não conhecia bem seu futebol e queria o carismático Lucas em seu lugar. Agora, tudo mudou.
Logo na primeira partida após a convocação final, Hulk fez um gol. Um belo gol, por sinal. No ano passado, ele não marcou em nenhum dos sete jogos (dois amistosos e os cinco válidos pela competição conquistada pelo Brasil). Às costas, ele veste agora a camisa que escolheu, o mesmo número 7 que veste no Zenit e, em 2013, pertencia a Lucas.
A ausência do garoto, xodó de muitos torcedores, colabora para que o paraibano tenha sossego em campo. Na vitória sobre o Panamá, ele jogou os 90 minutos pela primeira vez em 16 jogos sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Antes, ele era sempre substituído.
- Acho que hoje tenho meu trabalho reconhecido e fico feliz por ter o apoio da torcida. Quando eles dão moral, o jogador se motiva ainda mais e corre por essa torcida maravilhosa. Agora eles já sabem como o Hulk joga - comemorou o jogador.
Destaque no Porto e agora no Zenit, da Rússia, o atacante não tem a menor dúvida que boa parte das vaias que já recebeu é decorrente do fato de ter saído muito jovem do Brasil, aos 19 anos, e sem se destacar num grande clube. Ele apenas fez parte das categorias de base do Vitória.
Mesmo contestado, Hulk nunca correu risco de perder a vaga de titular desde a conquista da Copa das Confederações, na qual, mesmo sem ter feito gols, ele foi fundamental. Seu condicionamento físico invejável, a aplicação na marcação e a força na chegada à grande área fazem dele um dos trunfos de Felipão para a Copa.
Após uma semana de treinos com bola e um amistoso, é notável que o atacante se destaca na preparação para o Mundial. Sobra nas atividades, tem o torcedor ao seu lado e ganha elogios dos companheiros.
- A grama prende muito a bola, a chance de errar é grande, mas ele bateu de três dedos. Está confiante, com moral, jogou bem - afirmou o artilheiro Fred.
Logo depois de se apresentar, no fim de maio, Hulk disse a um amigo próximo que estaria “voando” na Copa do Mundo. Por enquanto, o incrível ser verde e amarelo indica que pode realmente se tornar um super-herói..