Na reestreia de Torres, Atlético vence Real e leva vantagem na Copa do Rei
Apesar do desempenho discreto do ídolo, colchoneros derrotam maior rival por 2 a 0 e podem perder por até um gol para se classificarem às quartas de final da competição
O Atlético de Madrid que teve Fernando Torres como titular nesta quarta-feira, contra o Real Madrid, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Rei, é muito diferente daquele que El Niño deixou em 2007. Se em sua primeira passagem o atacante não conseguiu vencer os merengues em nove jogos (quatro empates e cinco derrotas), a reestreia pelos colchoneros contra o maior rival foi com triunfo: 2 a 0, gols de Raúl García (de pênalti) e José Giménez.
Este Atlético ao qual Torres terá que se readaptar - e ele deu sinais claros de que vai precisar - não é mais aquele dos atacantes rápidos e habilidosos da primeira época de El Niño, quando o time sofria diante do Real. Agora, o foco está na marcação, na entrega e, principalmente, nas bolas paradas. Assim se originaram o pênalti convertido por Raúl García, "abraçado" por Sergio Ramos na área após cobrança de lateral, e o gol de Giménez, um cabeceio firme em escanteio batido por Gabi.
O jogo de volta acontece na próxima quinta-feira, no Santiago Bernabéu, e o Real, que acumulou a terceira derrota seguida (antes caiu para o Milan em amistoso e para o Valencia, pelo Espanhol), precisará vencer por três gols de diferença para se classificar ou devolver o placar para levar o jogo para a prorrogação. Quem passar pega o vencedor do duelo entre Barcelona e Elche nas semifinais.
ATLÉTICO APROVEITA BOLA PARADA
Apresentado como astro e idolatrado pelos torcedores - que encheram o estádio no último domingo para receber o jogador -, Fernando Torres foi titular na partida, mas sua presença foi mais simbólica do que efetiva. Lento, foi desarmado facilmente em diversas ocasiões pelos zagueiros do Real e não se entendeu bem com seus companheiros, já habituados ao estilo de jogo mais direto de Diego Simeone.
As duas equipes optaram por levar a campo escalações mistas. No Real Madrid, Casillas, Carvajal e Cristiano Ronaldo começaram o jogo no banco, enquanto Koke, Arda Turan e Mandzukic foram poupados no Atlético. A diferença no elenco se fez notar no início, com os merengues, tendo mais opções, controlando o jogo e tocando a bola. Os colchoneros executavam a estratégia habitual: marcação forte, ataques rápidos e foco nas bolas paradas.
Depois de um primeiro tempo morno, sem grandes chances, mas muitas faltas, o Atlético chegou ao gol graças a um de seus pontos fortes. Aos 11 minutos, após cobrança de lateral na área, Sergio Ramos segurou Raúl Garcia na área, e o árbitro marcou pênalti. O próprio camisa oito colchonero bateu, superou Keylor Navas e colocou os anfitriões na frente.
Foi o suficiente para os técnicos mexerem nos times. Fernando Torres, apagado, mas voluntarioso, deu lugar a Koke, enquanto Cristiano Ronaldo substituiu James Rodríguez. A tônica do jogo, porém, não mudou, e o Atlético soube segurar as raras tentativas do Real no ataque. Mais eficientes em sua proposta de jogo, os colchoneros ampliaram a vantagem aos 31 minutos, em cabeceio de Giménez após cobrança de escanteio de Gabi.