Micaelly marca o primeiro gol do Brasil - DE AUTAZES PARA O MUNDO
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Assessoria CBF.com.br
Chegar à Seleção Brasileira não é tarefa fácil para nenhuma jogadora. Para algumas que vivem nos grandes centros ou atuam em clubes mais conhecido talvez seja um pouco mais. Não para Micaelly. A camisa 10 da Sub-17 é de Autazes (AM), cidade cerca de 2h30 de carro e barco até a capital Manaus.
No fim de 2013, o preparador físico da Seleção Sub-17, Alexander Dickinson, foi a Manaus para acompanhar uma seletiva da região com meninas sub-15, sub-17 e sub-20, e lá estava Mica. A menina de 16 hoje conta que não queria ir para Manaus para participar, pois tinha medo de ser escolhida.
– Eu não queria ir, mas a minha mãe me obrigou, porque ela acreditava em mim e queria que eu jogasse futebol – conta ainda tímida.
A mãe Marcilene estava certa. Somente Micaelly e outra menina – que não quis viajar – foram selecionadas para a convocação seguinte da equipe sub-15 nacional. Na primeira convocação a amazonense foi, um pouco receosa do que encontraria. Na segunda e na terceira vez, ela não quis ir.
– Eu não fui porque eu não queria ficar longe dos meus pais. Na primeira eu já fiquei com muita saudade da minha família. Mas na quarta vez eu não tive escolha, meus pais choravam porque queriam que eu fosse para a Seleção. Eles sabiam do meu potencial, e eu fui por causa deles.
Ainda bem que Micaelly aceitou o apelo dos pais. Hoje, é camisa 10 do Brasil que disputa a Copa do Mundo Feminina Sub-17 na Jordânia e foi a primeira a marcar para a equipe na competição, com um golaço, digno da camisa que veste.
– É um peso, uma responsabilidade usar essa camisa. Mas o grupo confia em mim, me ajuda muito e me cobra que eu tenho que armar as jogadas. Eu joguei com essa camisa no Sul-Americano então já estou um pouco acostumada, apesar de na Copa do Mundo ser ainda maior.
O próximo desafio da Seleção no Mundial da Jordânia é na terça-feira (4) contra a Coreia do Norte, pela segunda rodada do Grupo C, às 19h (13h de Brasília). Apesar de ter vencido a Nigéria por 1 a 0 na estreia, Micaelly acredita que ainda há pontos a serem melhorados:
– Temos que trabalhar para consertar os erros. Mas com a garra que a gente jogou contra a Nigéria, acho que a gente pode vencer e se classificar – analisou a meio-campo.