Em partida histórica diante de 109 mil pessoas, United vence o Real Madrid
CR7 estreia na temporada entrando no fim do segundo tempo; Diabos Vermelhos jogarão decisão de torneio amistoso nos Estados Unidos contra arquirrival Liverpool.
Por GloboEsporte.com
Ann Arbor, Estados Unidos
O "soccer" definitivamente virou futebol nos Estados Unidos. Neste sábado, Manchester United e Real Madrid protagonizaram um duelo histórico que comprovou a força do esporte no país. Diante de um público de 109 mil pessoas no Michigan Stadium, um recorde em jogos de futebol em território americano, os ingleses venceram os espanhóis por 3 a 1 e garantiram vaga na decisão do torneio amistoso International Champions Cup. O adversário na final, realizada na segunda-feira, em Miami, será o arquirrival Liverpool, o líder do Grupo B.
Cristiano Ronaldo, que não estava cotado para jogar, acabou entrando no fim do segundo tempo, mas pouco conseguiu fazer para ajudar os merengues. Enquanto o United estava completo, o Real não contou com estrelas como James Rodríguez, Marcelo e Benzema. Varane e Coentrão, liberado para acompanhar o nascimento do filho, foram outras ausências.
Michigan Stadium lotado para o amistoso entre Manchester United e Real Madrid (Foto: Agência AP)
TOQUE DE BOLA PARA AMERICANO VER
O "toque de midas" do técnico Van Gaal já está escancarado na maneira de jogar do Manchester United. Ao contrário da era David Moyes, em que o time se limitava basicamente aos cruzamentos para a área, sob o comando do holandês, a equipe toca bastante a bola, consciente de cada passo que dá. O acaso não existe na nova versão dos Red Devils. Com um elenco limitado por causa das ausências, coube ao Real Madrid se fechar e impedir o avanço do adversário, o que foi feito com sucesso durante a maior parte do primeiro tempo.
Rooney e Welbeck eram pouco acionados no ataque. Os merengues estavam tão bem na marcação, que Herrera e Fletcher, responsáveis pela saída de bola, constantemente eram obrigados a voltar o jogo para os zagueiros. Mas no primeiro lance mais incisivo ofensivamente, o United chegou ao gol. E de forma brilhante. Aos 20 minutos, Fletcher tabelou com Rooney na entrada da área, recebeu de calcanhar do camisa 10 e logo acionou Welbeck, que encontrou Young livre no lado esquerdo da grande área para chutar e abrir o placar.
Ashley Young é cumprimentado pelos companheiros (Foto: Agência AP)
TER BALE FAZ DIFERENÇA
Se o United se mostrava um time melhor, o Real tinha um craque capaz de carregar a equipe nas costas. Atuando centralizado como principal atacante, Bale resolveu dar o ar da graça quando começou a se deslocar para o lado esquerdo, setor no qual tem o costume de ser dominante. Aos 25 minutos, o galês partiu para cima do jovem zagueiro Keane, de 21 anos, que ao ver o adversário avançar "pedindo" para ser tocado, insistiu na dividida e derrubou o craque. Pênalti convertido pelo camisa 11.
Foto: Janela - CopyHardNews Reprodução
Bale quase fez o segundo aos 34 minutos, quando recebeu cruzamento do lado esquerdo e acertou uma linda bicicleta, defendida pelo bem posicionado goleiro De Gea. Quando parecia que o time espanhol deixaria a toca, os Red Devils fizeram o segundo gol. Aos 36, Young cruzou, Rooney raspou a bola com os fios de cabelo do topete, e a bola entrou.
Cristiano Ronaldo não resistiu e acabou entrando em campo (Foto: Agência AP)
CR7 ENTRA, MAS CHICHARITO ROUBA A CENA
No retorno para a segunda etapa, Van Gaal promoveu várias mudanças. O nível do Manchester caiu, e o Real tomou as rédeas do confronto. Ao contrário dos 45 minutos iniciais, os merengues eram ousados e jogavam no ataque. Mas faltava qualidade. Sem atacantes de origem, eram poucas as chances de gol. Bale, sempre e somente ele, quase empatou aos dez minutos cobrando falta na rede pelo lado de fora.
Carlo Ancelotti fez valer o ingresso dos 109 mil espectadores ao acionar Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo, aos 29 minutos, mesmo o craque estando longe das melhores condições. Enquanto o Real se fortalecia, o United já estava sem suas principais estrelas em campo. Sentindo a falta de ritmo, o português iniciou sua participação com pequenas falhas.
Chicharito Hernández, que na temporada passada teve poucas oportunidades, era a melhor arma dos ingleses no segundo tempo e não decepcionou. Com 35 minutos, Kagawa, outro que entrou na segunda parte do jogo, levantou a bola na área, o mexicano aproveitou falha da defesa e cabeceou para ampliar a vantagem do Manchester United. Se não bastasse um duelo entre gigantes europeus, os americanos se deliciarão com o maior clássico do futebol britânico na final.
Foto: http://www.realmadrid.com