Cafu defende Thiago Silva, mas pede "menos emoção e mais razão" ao time
Capitão do Penta respeita atitude do atual dono da faixa, frisa que reagiria de forma diferente ao drama contra o Chile e pede cuidado contra a Colômbia: "Muito perigoso"
Por Edgard Maciel de Sá e Vicente Seda
Rio de Janeiro
O Brasil precisou sofrer muito para chegar às quartas de final da Copa do Mundo. E a classificação sobre o Chile ficou marcada pelo desequilíbrio emocional de alguns atletas da seleção. Jogadores como o goleiro Julio Cesar e o zagueiro Thiago Silva já choravam antes mesmo da decisão por pênaltis. A reação do capitão dividiu opiniões. Para Cafu, dono da faixa na conquista do pentacampeonato em 2002, algo normal. Mas que precisa ser evitado daqui para a frente pelo camisa 3 e por todos os outros jogadores.
- Achei uma atitude normal. Cada capitão reage de uma maneira diferente. O Thiago sentou na bola, ficou pensativo, rezou, chorou. O mais importante é que o grupo acredita e confia nele, na personalidade dele. Temos que respeitar. Ele, naquele momento, achou que o melhor era se isolar do grupo. Já passei por situações parecidas e reagir de forma diferente. Depende muito do momento. Meu conselho é que o Thiago continue sendo quem ele é. Não tem que mudar porque o povo quer. Aquele é o Thiago, o capitão da seleção, e temos que respeitá-lo - frisou Cafu durante um seminário de gestão esportiva no Rio de Janeiro.
O capitão do Penta, no entanto, não deixou de pedir mais razão e menos emoção à seleção brasileira na Copa do Mundo. Perguntado se o desequilíbrio emocional poderia atrapalhar o Brasil nas próximas partidas, o ex-jogador foi direto.
- Espero que não, mas é preciso saber controlar a emoção. Às vezes temos que agir com a razão em campo. Por isso peço menos emoção e mais razão, principalmente em campo - disse.
O próximo desafio do Brasil será na sexta-feira, em Fortaleza, contra a Colômbia do craque James Rodriguez. Por mais que tenha confiança total de que a seleção vá chegar pelo menos até a final, Cafu pediu atenção total para evitar surpresas.
- Sou otimista e tenho certeza que o Brasil vai chegar na final. Não sei contra quem, mas não me surpreenderia se fosse contra a Bélgica. Antes, porém, temos uma adversário muito perigoso pela frente, a Colômbia. A responsabilidade é toda do Brasil. O rival vem em ascensão, praticamente um franco atirador. Se ganhar, terá batido um pentacampeão mundial. Se perder, foi para o Brasil e na casa do Brasil. É um time com grandes jogadores, compactado - avisou.